"O maior medo do homem é uma porta entreaberta." Stephen King

"Quem tem c**, tem medo"
Ditado Popular

sábado, 25 de julho de 2009

A VELHINHA DE ITAJAÍ

A VELHINHA DE ITAJAÍ

Quem será que cria aquelas propagandas de lojas de varejo que infestam a televisão? Aquelas coisas tipo Casas Bahia, Lojas Marabras, Lojas Mariza e outras que ocupam um espaço publicitário gigantesco com tanto mau gosto? É sempre a mesma coisa: um sujeito pretensamente simpático ou um casal jovem e risonho falando alto e rápido sobre as maravilhas daquele jogo de sofá que só amanhã você pode comprar em cento e trinta e duas parcelas de oito reais e oitenta centavos...
Busquei na memória e vi que sempre foi assim. Os mais antigos lembrarão da quinzena de tapetes do Mappin. Dos ternos da Ducal. Das Lojas Brasil, onde "você leva o Brasilino de presente"... (Aliás, há anos tento encontrar um boneco do Brasilino pra comprar e não acho. Você sabe onde tem?)

Pois no final de 2008 durante um telejornal assisti chocado às imagens das inundações em Santa Catarina. Uma tragédia imensa e - como a maioria das tragédias brasileiras - previsível. Pessoas perdendo parentes, perdendo casas, perdendo tudo... Uma das cenas, em Itajaí, mostrava uma velhinha voltando para casa e vendo seus móveis, televisão, geladeira, tudo destruído. A expressão daquela senhora tinha a dor da desesperança que só as tragédias conseguem forjar. Doeu em mim. A última imagem mostrou-a desolada, olhando seu jogo de sofás, que ela dizia que tinha acabado de comprar, coberto de barro. Destruído.

Pausa para o comercial.

Casas Bahia. Um sujeito histriônico, de paletó vermelho, cabelo e sobrancelhas pintadas, rosto de plástico, falando alto, quase perdendo o fôlego e mostrando as ofertas imperdíveis enquanto ao fundo uma horda de consumidores fingia comprar tudo que podia. Entre as ofertas imperdíveis, um conjunto de sofás parecido com o da velhinha de Itajaí... Em seguida vem o anúncio do automóvel que eu tenho que comprar. E depois do celular que vai resolver todos os meus problemas. Então vem aquele banco que é o melhor lugar do mundo. Todos repletos de mulheres
maravilhosas, homens jovens e sorridentes, crianças inteligentes e velhinhos pensando que têm trinta anos de idade. Uma maravilha.

Volta o noticiário.

Gente morrendo na troca de tiros durante a invasão do morro no Rio de Janeiro. E agora ao vivo a repórter trazendo as últimas da inundação.
Dó...
Num instante estou no mundo real, entre tragédias e tiroteios, dor e sofrimento, refletindo sobre como tenho sorte em ser quem sou, morar onde moro e trabalhar onde trabalho. No instante seguinte sou jogado para outro mundo, onde passo a refletir sobre como é pouco o que tenho, como eu poderia ser melhor se comprasse aquela roupa, aquele carro, aquele celular. Então outra vez o mundo perigoso. E depois o mundo do glamour... E assim vai. Viajo sem parar entre dois mundos antagônicos, um renegando o outro. Vou dormir com a mente confusa. Não sei qual
dos dois mundos venceu o "round" de hoje. E amanhã de manhã vai começar tudo outra vez: a velhinha perdendo o sofá e o moço vendendo um sofá. Aqueles dois mundos antagônicos são representações do mundo real. Cada uma com um ponto de vista, um filtro, uma lente. O mundo dos noticiários quer nossa atenção, nos segurar até a chegada do mundo dos comerciais, que pretende que compremos! E os editores usarão de todos os recursos de drama, imagens, sons e edição para nos conquistar... No vaivém entre os dois mundos estão nossas escolhas. O que fazer com os estímulos que recebemos de cada um deles? Provavelmente arregalar os olhos diante das tragédias e voltar ao trabalho pra poder ir às compras.
É essa a rotina de nossas vidas, não é?

Mas tudo bem... Quem sabe alguém decide comprar nas Casas Bahia um sofá novo pra velhinha de Itajaí.

Por Luciano Pires
.
.

sábado, 11 de julho de 2009

The truth is over here



De crise em crise, o Senado brasileiro foi parar na imprensa internacional e ganhou um apelido incômodo.

"Em casa de enforcado, não se fala em corda", disse o Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 07/07/2009. "Esta casa está diante de uma situação que tem que defender a sua tradição", afirmou o Senador Jarbas Vasconcelos (PMDB/PE) em 10/10/2007. "Ficou definido que o plenário está totalmente dividido", comentou o Senador Renato Casagrande (PSB/ES), em 04/12/2007.

Crise envolvendo o Senado não chega a ser novidade ao longo do tempo. Só que desta vez é quase uma denúncia por dia, tem ato secreto, conta secreta, sala secreta e até funcionário fantasma, tudo secreto. Isso inspirou muitas manchetes, inclusive mundo afora.

O Senado brasileiro também é chamado de câmara alta, mas em tempos de crise, recebe muitos apelidos, alguns nada elogiosos. Uma revista inglesa, por exemplo, aborreceu os Senadores com a reportagem que fez. Chamou o Senado de 'Casa de Horrores'.

Foi a "The Economist". Mais do que o relato dos últimos acontecimentos envolvendo o Presidente José Sarney, o que causou indignação foi o título. "Dizendo que nos somos uma casa de horrores. Eu peço desculpas ao povo brasileiro por ser parte dessa casa que dá margem a essa ideia no mundo", disse o Senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

"Cada um trata dos seus problemas. Os ingleses tratam dos problemas da Inglaterra e nós tratamos dos problemas do Brasil", afirmou o Senador Heráclito Fortes (DEM-PI).

Por falar em problemas, o líder do PSDB, Senador Arthur Virgílio (AM) entrou nesta sexta-feira com uma representação no Ministério Público contra a Fundação José Sarney, por suposto desvio de verba de patrocínio da Petrobrás. "Nós precisamos realmente fazer uma investigação tão profunda quanto a mais profunda que se possa supor."

Sobre o apelido que o Senado ganhou dos jornalistas ingleses. "Eu concordo. Isso aqui tem sido uma casa dos horrores mesmo", completou.
.

Fábio Willian Brasília


.
.

terça-feira, 7 de julho de 2009

No tabuleiro da baiana tem...

.

.

Durante décadas, soviéticos e americanos se enfrentaram em um complexo tabuleiro que ameaçava desencadear um conflito sem precedentes. Durante a Guerra Fria, capitalismo e comunismo travaram duelos no campo ideológico e armado. Com o desmoronamento da União Soviética no fim dos anos 80, a Guerra Fria saiu de cena. Mas a tensão entre Washington e Moscou nunca desapareceu totalmente.

Anos depois, a Guerra Fria mudou de estilo e passou a exibir uma nova faceta neste planeta globalizado. O mundo já não é tão polarizado e a tecnologia acrescenta uma dose considerável de dramaticidade. Um dos cenários mais vivos é o Leste Europeu, onde EUA e Rússia se enfrentam em ferrenha disputa sobre mísseis. Este, certamente, será um dos importantes desafios da Casa Branca liderada por Barack Obama.

.
.
.
O efeito estufa irá esquentar essa história.
.
.
.