"O maior medo do homem é uma porta entreaberta." Stephen King

"Quem tem c**, tem medo"
Ditado Popular

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Carnaval - Quando caem as máscaras

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Para o folião desavisado, intempestivo, ávido por paixões instantâneas:
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NÃO SEJA UM FOLIÃO DE MÃO CHEIA !
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Verifique ao menos se a moça não tem "pomo de Adão" *.
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Seria constrangedor, principalmente se cair na web, no Youtube. Imagine a sua cara na Quarta-feira de cinzas, chegando no trabalho e vendo uma foto sua com a moça, impressa e colada no quadro de avisos do escritório. Os emails pipocando com montagens powerpoint acompanhadas de músicas carnavalescas tipo "Olha a cabeleira do Zezé..."
Se você trabalha no "chão de fábrica", sabe que o pessoal é mais impiedoso, a foto estará exposta em tamanho natural no banheiro principal.
Então, todo cuidado é pouco. Vale lembrar, o álcool cega e embeleza...
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* pomo de Adão = gogó.
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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Sua luta, não a nossa luta.

BERLIM (Reuters) - Historiadores alemães estão planejando relançar "Mein Kampf" (Minha Luta), de Adolf Hitler, o livro parcialmente autobiográfico em que o ditador nazista apresentou sua visão da supremacia racial alemã.

Proibida desde a guerra, a obra política antissemita lançada primeiramente em 1925 tornou-se livro didático usado nas escolas depois da chegada de Hitler ao poder, em 1933. Todos os casais alemães recebiam um exemplar dele ao formalizarem seu casamento.

Edith Raim, do Instituto de História Contemporânea, em Munique, disse nesta quinta-feira que, quando os direitos autorais do livro prescreverem, no fim de 2015, o centro pretende lançar uma versão anotada de "Mein Kampf", com comentários editoriais.

"É um dos livros mais importantes da era nacional socialista: deveria estar disponível para o público", disse ela.

O secretário-geral do Conselho Geral de Judeus da Alemanha tinha aventado ideia semelhante em 2008.

Na Alemanha, é ilegal distribuir "Mein Kampf", exceto sob circunstâncias especiais, como por exemplo pesquisas acadêmicas. Também são proibidos símbolos nazistas como a suástica ou fazer a saudação ao estilo de Hitler, com o braço rígido à frente.

Raim disse que a reimpressão planejada do livro, que até o fim da guerra já tinha tido cerca de 12 milhões de cópias impressas, tem por objetivo alertar as pessoas para os perigos da ideologia nazista, e não disseminar a mesma.

"Mais de duas gerações já se passaram desde então", disse ela. "Acho que o teor do livro não representa o mesmo risco à população atualmente."

Hitler ditou o livro a seu auxiliar Rudolf Hess enquanto esteve preso, na Bavária, após o fracassado golpe da Cervejaria, em Munique em 1923. A obra detalha sua doutrina da supremacia racial alemã e a ambição de anexar grandes extensões da União Soviética.

O governo estadual da Bavária, que desde a guerra detém os direitos autorais do livro, disse que não pretende revogar suas restrições à publicação dele, por enquanto.

"Quando os direitos prescreverem, em 31 de dezembro de 2015, a distribuição de ideologia nacional socialista continuará a ser proibida e passível de punição dentro da lei", disse em comunicado o Ministério das Finanças da Bavária.

Nos últimos anos, vários historiadores, alguns deles judeus, pediram à Alemanha o fim da proibição de "Mein Kampf".

(Reportagem de Dave Graham)

I see You

I SEE YOU

O filme Avatar, que está estourando os recordes de bilheteria, tem um enredo tão antigo quanto a história da Humanidade. Um soldado é enviado para aprender os costumes dos inimigos e facilitar que eles sejam derrotados. Mas se apaixona por uma inimiga e muda de lado. Um dos momentos fascinantes é quando o soldado aprende a saudação dos inimigos: "I see you". "Eu vejo você". Esse "ver" não quer dizer "enxergar", mas conectar-se com o interior do outro. É muito bonito.

Lembrei-me do "I see you" quando pensei em escrever um texto sobre o Haiti. Puxa, mas todo mundo já escreveu sobre o terremoto! Então o Cônsul Geral do Haiti em São Paulo surge dizendo que a tragédia foi boa, pois assim o mundo prestaria atenção neles...

Pois é. Como são insignificantes nossos vizinhos miseráveis, não? Só sabemos deles quando uma tragédia acontece. Foi preciso um terremoto gigante pra gente dizer aos haitianos:

- I see you.

Finalmente o mundo olhou pra eles. Mas como é que olhamos pra eles?

A televisão já nos treinou para as tragédias, portanto imagens de corpos soterrados, resgates dramáticos e brigas por comida até chocam, mas já não estarrecem. São parte de uma estética familiar. Na revista Veja sobre o terremoto, por exemplo, entre a foto do corpo abandonado de uma criança sobre um pneu e a foto dos destroços de um prédio, havia um milionário encarte de seis páginas de uma montadora, em papel especial e cheio de cores: compre um carro novo!

Será que vemos o Haiti como um espetáculo?

E o calhorda embate político ideologizando a tragédia e suas conseqüências? O mundo contra os Estados Unidos - e seria contra quem? - que teriam enviado para o Haiti soldados e dinheiro demais, além de tomar conta da coordenação. E o que deveria ser uma ajuda humanitária sem coloração política transformou-se em mais um embate contra o imperialismo ianque. Pergunto se àquele garoto que perdeu a família e está passando fome, essa discussão interessa.

Será que vemos o Haiti como ferramenta política?

Poucos dias após a tragédia a Embaixada do Haiti em Brasília recebeu pedidos de mais de 200 brasileiros interessados em adotar uma criança.
Tenho uma infinita admiração por quem escolhe adotar um filho, mas não consigo deixar de pensar que, pretinho por pretinho, o Brasil tem milhares. E branquinhos. E pardinhos. Todos vivendo sua tragédia particular, precisando de comida, de um lar, de educação e de amor. Mas nenhum deles tem a sorte - olhe só, "sorte"- de um terremoto como tiveram os órfãos do Haiti.

Será que vemos o Haiti como uma oportunidade?

Pois é. Nossos vizinhos miseráveis são irrelevantes, só sabemos deles quando uma tragédia acontece.

Diferente dos Na'vi do Avatar, nosso "I see you" para os haitianos não é o de um ser que conecta-se com outro.

É o do telespectador que, no intervalo comercial, tem certeza que a tragédia só acontece com os outros.

Luciano Pires