Algumas das cidades mais violentas do Brasil têm o mesmo índice de homicídios que o Iraque. Os dados do Ministério da Justiça apontam que, em Vitória, no Espírito Santo, o índice é de cerca de 70 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Segundo um levantamento financiado pelo governo suíço sobre a violência no mundo, a taxa é equivalente à do Iraque. Ontem, o estudo foi divulgado em Genebra na presença do ministro da Justiça, Tarso Genro.
O relatório afirma que o Brasil tem quase 10% dos homicídios no mundo, com 48 mil mortes por ano. No mundo, os homicídios chegariam a 490 mil por ano, número superior ao número de mortes em guerras oficiais, como no Afeganistão, Colômbia ou Iraque. Pelos dados do levantamento, as guerras geram por ano cerca de 52 mil mortes.
"A situação da violência no Brasil é corrosiva. A violência no Brasil hoje é um sério empecilho ao desenvolvimento do País", afirmou Keith Krause, autor do relatório. A América do Sul, ao lado da África, são as regiões onde os homicídios apresentam as maiores taxas em todo o mundo. A média de Vitória, por exemplo, é dez vezes maior que a média mundial.
Em cidades como Rio, a média é de 40 assassinatos para cada 100 mil pessoas. "Queremos em quatro anos chegar a níveis chilenos, de cerca de 15 por cada 100 mil", reafirmou Tarso.
"O impacto econômico da violência no mundo cresce e preocupa os governos que querem se desenvolver. O custo chega a US$ 160 bilhões por ano em produtividade perdida e outros fatores", alertou Krause. As perdas brasileiras, apenas em relação aos gastos médicos, de atendimento e internação, seriam de US$ 88 milhões anuais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Eu acreditava que Vitória fosse uma cidade pacata, pelo que me disseram alguns conhecidos de lá. Que fosse menos violenta que o Rio ou São Paulo; mas talvez os números não mostrem especificamente a violência. Os números mostrados são relativos, indicam um percentual em relação a cada
100000 habitantes, que não deixa de ser alto, mas quais serão os números de assassinatos?
A sociedade se ve encurralada, e a frieza nos toma conta, vidas passam a ser meramente um número em um estudo. Sem nomes, sem história...
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