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Comecei a ler um livro esta semana, há muito tempo guardado, O Demônio de Gólgota do Frank De Felita.
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Até que me deparei com esta página:
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— Aceitais a eleição do Colégio dos Cardeais? — ele fez a pergunta de praxe. Nos olhos profundos e inteligentes, o Núncio Bellocchi tornou a ver a dúvida profunda, que beirava o horror, e viu a mão do siciliano tremer violentamente nos braços da cátedra.
Perturbado, o presidente repetiu a pergunta, passando os olhos nervosamente pelos cardeais reunidos, como a pedir socorro.
O siciliano, num paroxismo de indecisão, tentou levantar-se, deu a impressão de que desejava prevenir os presentes sobre um sério perigo, mas faltaram-lhe as palavras. Ao invés, fitou mudamente o presidente.
— Aceitais a eleição do Colégio dos Cardeais? — a pergunta foi feita pela terceira vez, a voz pouco firme.
O rosto do siciliano transformou-se. Acomodou-se na cátedra, a íntima batalha decidida. Vitória ou derrota, era difícil para o núncio discernir, naquele belo, ambíguo, apaixonado rosto.
— Aceito — respondeu o siciliano com firmeza. Era como se Baldoni quase tivesse sabido o que ia acontecer.
— Por qual nome desejais ser chamado? — indagou o presidente, a segunda pergunta de praxe. — Francisco Xavier — foi a resposta imediata.
Murmúrios de aprovação e aplauso vieram dos milenianistas. Francisco, de Francisco de Assis, o místico e piedoso santo. Xavier, o nome do Senhor. O nome indicava submissão à causa do Segundo Advento em todo o seu significado. Com Francisco Xavier, e o Espírito que o guiara, a Igreja tomava um novo rumo decisivo.
Os camareiros arriaram os baldaquinos de todas as cátedras, à exceção da de Baldoni, com isto significando sua subida ao trono. Em menos de dez minutos tudo estava consumado. A Igreja Católica, a barca de São Pedro, havia passado aos cuidados do desconhecido e mercurial temperamento de Francisco Xavier.
Naquela noite, depois das devoções particulares, as
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16
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Acreditem ou não, este post levou um tempão para ser publicado, o Blogger simplesmente não o aceitava...
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Comecei a ler um livro esta semana, há muito tempo guardado, O Demônio de Gólgota do Frank De Felita.
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Até que me deparei com esta página:
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— Aceitais a eleição do Colégio dos Cardeais? — ele fez a pergunta de praxe. Nos olhos profundos e inteligentes, o Núncio Bellocchi tornou a ver a dúvida profunda, que beirava o horror, e viu a mão do siciliano tremer violentamente nos braços da cátedra.
Perturbado, o presidente repetiu a pergunta, passando os olhos nervosamente pelos cardeais reunidos, como a pedir socorro.
O siciliano, num paroxismo de indecisão, tentou levantar-se, deu a impressão de que desejava prevenir os presentes sobre um sério perigo, mas faltaram-lhe as palavras. Ao invés, fitou mudamente o presidente.
— Aceitais a eleição do Colégio dos Cardeais? — a pergunta foi feita pela terceira vez, a voz pouco firme.
O rosto do siciliano transformou-se. Acomodou-se na cátedra, a íntima batalha decidida. Vitória ou derrota, era difícil para o núncio discernir, naquele belo, ambíguo, apaixonado rosto.
— Aceito — respondeu o siciliano com firmeza. Era como se Baldoni quase tivesse sabido o que ia acontecer.
— Por qual nome desejais ser chamado? — indagou o presidente, a segunda pergunta de praxe. — Francisco Xavier — foi a resposta imediata.
Murmúrios de aprovação e aplauso vieram dos milenianistas. Francisco, de Francisco de Assis, o místico e piedoso santo. Xavier, o nome do Senhor. O nome indicava submissão à causa do Segundo Advento em todo o seu significado. Com Francisco Xavier, e o Espírito que o guiara, a Igreja tomava um novo rumo decisivo.
Os camareiros arriaram os baldaquinos de todas as cátedras, à exceção da de Baldoni, com isto significando sua subida ao trono. Em menos de dez minutos tudo estava consumado. A Igreja Católica, a barca de São Pedro, havia passado aos cuidados do desconhecido e mercurial temperamento de Francisco Xavier.
Naquela noite, depois das devoções particulares, as
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